Lundu
Esta comunicação tem por objetivo apresentar resultados parciais da pesquisa de pósdoutoramento intitulada: “As danças características no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX: o lundu de Maria Baderna”, parte do Projeto Integrado: “Um estudo sobre o cômico: o teatro popular no Brasil entre ritos e festas”, eixo do Grupo de estudos sobre o teatro cômico (diretório CNPq), e de modo vinculado ao Projeto Docente da Professora Beti Rabetti, minha orientadora, atualmente em desenvolvimento: “A civilização no Brasil principiou pelos pés: Baderna na dança-teatro”. Para reconstruir o lundu dançado por Baderna, apresentarei nesta comunicação a verificação do lundu como gênero musical e as diversas possibilidades de entendê-lo em sua diversidade, implicando em uma análise rítmica dos diversos tipos de lundu, que pela sua extensão não será detalhada aqui. O contexto em questão está relacionado à cena teatral carioca no momento de transição Império – República. O objetivo desta pesquisa tem por metodologia a recuperação de modos de atuação do passado (Rabetti, 2006 a e 2006 b), neste caso, da bailarina italiana Maria Baderna, utilizando-se como base conceitual os estudos de micro-história, como abordados por Ginzburg (1987 e 2000), Le Goff (2003) e outros. Para uma abordagem mais completa do teatro do século XIX no Rio de Janeiro torna-se imprescindível uma análise que compreenda de uma só vez: a cena, a dança e a música, como elementos indissociáveis neste contexto. Sendo parte de um projeto de pesquisa mais amplo, este estudo visa preencher as lacunas da música e da dança popular atuantes não somente na cena oficial, mas principalmente, nas ruas, como divertimento popular, ethos e fato cultural. Baderna chega ao Brasil em agosto de 1849, como primeira-bailarina de uma companhia de teatro lírico de