Lundu

Universidade de Brasília
Instituto de Artes
Departamento de Artes Visuais - VIS
História da Arte no Brasil
Prof.ª: Cinara Barbosa
Aluna: Fernanda Caparelli 06/84023

Ficha 04
Lundu

O Lundu, ou lundum é uma dança brasileira de natureza híbrida, criada a partir dos batuques dos escravos bantos trazidos aos Brasil de Angola, misturada com ritmos portugueses. Da África, o lundu herdou a base rítmica e seu aspecto lascivo, evidenciado pela umbigada, os rebolados e outros gestos que imitam o ato sexual. Da Europa, o lundu herdou características de danças ibéricas, como o estalar de dedos, a melodia e a harmonia, além do acompanhamento instrumental do bandolim. Musicólogos defendem que o lundu foi o primeiro ritmo afro-brasileiro em formato de canção e fruto de um sincretismo que seria a raiz do samba por intermédio do maxixe, porém há controvérsias quanto a esse ponto. O lundu veio para o Brasil com os escravos trazidos de Angola. Muitos passaram por Portugal ou vieram diretamente para o Brasil. Em Portugal o lundu recebeu polimentos da corte com o uso dos instrumentos de corda, como o bandolim, porém foi proibido por D. Manuel por ser “contrária aos bons costumes”. Já vindo direto de Angola para o Brasil, recuperou o acento jocoso, mordaz e sensual que incomodou D. Manuel. Num primeiro momento aparece como uma dança sem cantoria. Porém, em meados do século XVIII, o lundu evolui para uma espécie de canção urbana, acompanhada de versos, na maior parte das vezes de cunho humorístico e lascivo, tornando-se uma popular dança de salão. Foi cultivada em terras brasileiras por negros, mestiços e brancos. Durante o século XIX, o lundu virou lundu-canção, sendo apreciado em circos, bares e salões do império. Muito popular, tornou-se o primeiro gênero musical a ser gravado no Brasil, com a canção “Isto é bom”, na voz de Bahiano em 1902, pela Casa Edison. O lundu saiu de evidência no início do século XX, mas deixou seu legado, principalmente no que tange