Lulismo no Brasil

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No Brasil, a tentativa de compreender seu presente necessita ampliar a visão para o passado, no qual vê-se que as forças humanas mais fortes acabam influenciando as outras ações a seguirem uma ciclicidade nos acontecimentos e tomadas de decisão. Essas forças compassam entre os diferentes pilares da sociedade, da religião à economia. Assim, é correto afirmar que a história brasileira é marcada por profundas desigualdades desde sua formação.
Ao analisarmos os ciclos econômicos do Brasil, vemos grande concentração da renda nas elites dominantes do processo agrário no país, claras no ciclo do açúcar, passando pela mineração, chegando no ciclo do café, da borracha e até mesmo na fase mais industrializada do país, quando houve certa mudança do núcleo de poder do campo pra a cidade. Tais cenários contribuíram para, somados ainda à situação de escravidão do negro africano durante mais de três séculos, uma divisão discrepante e desigual de classes na sociedade brasileira, onde, considerando a participação exclusiva das elites agrárias, “o Estado não enfrentou o desafio de mediar entre interesses sociais conflitantes[…]sendo tímidas das tentativas de exigir dele [o poder público] maior responsabilidade social”, como defende Elisa Maria Pereira Reis na sua obra que trata sobre o state-building brasileiro e as elites agrárias (1982, p.399).
Vemos somente então na Era Populista, começando com Vargas, principalmente, maior inclusão dos das camadas mais baixas em zona mais central das esferas de tomada de decisão na sociedade brasileira por meios de leis trabalhistas e outras medidas que empoderaram os mais desfavorecidos, mesmo que conservando o poder das elites tradicionais. Esse breve histórico do cenário brasileiro tem como objetivo ilustrar o Brasil antes dos “governos sociais” e criticar a fala de um dos candidatos ao pleito presidencial de 2014 que propõe um “reencontro com a nação que sempre fomos”, que para muitos seria uma ruptura com o atual modus operandi adotado

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