Será o Lulismo um Reformismo Fraco?
Será o Lulismo um Reformismo Fraco?
André Singer
Neste capitulo, Singer propõe três questões a serem respondidas; “Que duração esperar do Lulismo?”, “Que transformações acarretará na sociedade, se tiver permanência?” e “Como os Partidos e as Ideologias se reordenarão a partir destas mudanças”.
O teste eleitoral do Lulismo
O autor defende a hipótese de que a vitória de Dilma Rousseff nas eleições 2010 demonstra a vitalidade do Lulismo e o fortalecimento da extensão de seu projeto para a sociedade brasileira. Tendo criado uma maioria estável (p. 169-170).
Esta maioria estaria nas camadas mais pobres da população. Nas faixas de até 2 salários mínimos e de 2 até 5 salários mínimos. Pois, através de consulta da pesquisa Datafolha (para intenção de voto, com substrato de renda) nos primeiro e segundo turnos de 2010 é possível observar vantagem de Dilma na faixa mais pobre, obtendo 53% e 56%, respectivamente ao turno, de intenção de voto. Ou seja, Dilma, no primeiro turno, ganhava de todos os seus adversários juntos entre os mais pobres e, no segundo turno, tinha 20% de vantagem sobre Serra. Confirmando assim a mesma configuração eleitoral de 2006 quando Lula teve 55% na camada mais pobre, no primeiro turno, e superou Alkmin com 39% de vantagem no segundo turno.
Este cenário apresentava uma diferença com a eleição de Lula em 2002, quando no primeiro turno, as pesquisas de intenção de voto, mostravam Lula perdendo para os demais candidatos juntos no total de votos entre os mais pobres. Em 2002 Lula crescia sua vantagem entre os adversários conforme crescia a renda dos eleitores, em 2006 e 2010, tal lógica se inverte. Já em 2010, no segundo turno, Dilma vence nos dois extratos apresentados a cima e perde nos extratos de renda de 5 até 10 salários mínimos e acima de 10 salários mínimos.
O segundo fator de relevância para consolidação da maioria estável, foi conforme citação do texto a desigualdade regional:
“O que realmente decidiu a eleição