Disputa societária entre os grupos Odebrecht x Gradin
Aluno: Sidney de Jesus
MBA em Gestão Estratégica de Pessoas
Entenda o conflito:
Iniciada nos anos 1970, quando a Odebrecht não passava de uma empreiteira de ambições regionais, limitada aos horizontes da Bahia, a parceria entre as famílias Odebrecht e Gradin resistiu e até se solidificou na virada do século, quando o grupo baiano se viu vergastado por uma séria crise de liquidez que quase o levou à bancarrota.
Apontado como um dos cérebros da recuperação, diversificação e internacionalização do conglomerado formado por 12 empresas, que atuam em setores que vão da construção pesada, passam pela petroquímica e chegam à exploração de petróleo, Victor Gradin, 78 anos, não apenas se tornou o homem de confiança do nonagenário Norberto Odebrecht, fundador do grupo.
Essa aliança bem-sucedida, que vinha sendo cimentada com o passar dos anos, se viu abalada com a chegada das novas gerações das duas famílias a posições de comando nos negócios. Justamente quando a Odebrecht vive seu melhor momento, com operações em mais de 20 países e um faturamento que supera os R$ 40 bilhões, os antigos aliados estão em pé de guerra, protagonizando uma novela que promete se estender por algum tempo. Quem tomou a iniciativa de tornar público o conflito entre os dois clãs, que vinha sendo administrado com razoável discrição durante a maior parte do ano passado, foram os Gradin, incomodados com a decisão unilateral de Marcelo Odebrecht, presidente e neto do fundador do grupo, de exercer o direito de adquirir seu pacote de ações.
O caminho escolhido pelos Gradin foi à via judicial. No dia 8 de dezembro, por intermédio de sua holding, a Graal Participações, deram entrada com um pedido de arbitragem do conflito na 10ª Vara Cível de Salvador. Queriam discutir não apenas a questão da venda compulsória das ações como a avaliação feita pelo banco Credit Suisse First Boston, que estabeleceu em US$ 1,5 bilhão o quinhão