Luis Gomes: qual é a sua memória?
Gilcerlândia Pinheiro de Almeida Nunes1
Luís Gomes é uma cidade com aproximadamente 10 mil habitantes situada na região do Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Ela foi fundada pelo Cel. Luís Gomes de Medeiros de quem herdou o nome. Anualmente é comemorado através de festividades aos cinco de julho, sua emancipação, contam-se 118 anos.
Embora, já tenha atravessado tenra infância (mais de um século de vida), essa cidade não parece estar certa de sua identidade, e dos sígnos que a identificam como Castels (2008) a identidade é o resultado de processos sociais de construção de significados baseados em atributos culturais. Estar a procura de algo que a represente para si, e para o outro. Os seus administradores têm tentado mostrar imagens de cajus em construções por toda parte (entrada da cidade, praça) parece ser uma tentativa de identificar o cajú ou a castanha como fonte de renda, entretanto, não é de cajú que vivem os homens daquela terra, mas de agricultura de subsistência; pequenos comércios ou do funcionalismo público, municipal e estadual.
Sendo assim, Luís Gomes mesmo sendo uma cidade interiorana de pequeno porte, onde se espera uma ligação mais forte entre os indivíduos que, geralmente, possuem uma mesma descendência genealógica e, por consequência marcados por uma valorização da memória local, podem-se obsevar outros elementos como o desligamento de seus moradores com o passado. Dessa forma, uma identidade representativa dos luisgomenses eficientemente não foi mantida pelo esquecimento como dira Zunthor (1997). Acordar velhos costumes, possivelmente sem funcionalidade tradicioanal2 talvez não seja suficiente para identificá-los. A cidade atualmente não se prepara para os moradores, mas para um visitante (geralmente, filhos ausentes) que tarda a aparecer, alem de tentativas de inserção numa estética global através de construção e reconstrução de suas praças. Alem da destruição da fachada do que seria a casa mais antiga