Logística Portuária
O Brasil sofre com problemas de infra estrutura em diversos níveis, mas poucos são tão caóticos quanto na Logística Portuária. Muito se fala, muitos projetos existem, mas pouco é colocado em prática, e enquanto esperamos, sofremos com atrasos, custos altos, e perdas nos mais diversos níveis: perdas de grãos, de competitividade, de mercados... Um olhar mais atento notará que parte do problema poderia ser sanada com mais eficiência no tratamento da enorme papelada, da burocracia que envolve todos os negócios feitos no Brasil.
Dados do Banco Mundial apontam que no Brasil um container leva 13 dias para ser exportado. Detalhe: seis dias são perdidos em meio à papelada no porto, com o container parado. Em Cingapura, que ocupa o primeiro lugar no ranking, isso leva apenas um dia. Nos Estados Unidos, apenas dois. Isso ocorre porque os despachantes precisam se desdobrar e fornecer muitas informações, muitas vezes. Os diversos órgãos “competentes” não se comunicam, portanto uma mesma informação precisa ser entregue à Polícia Federal, à Anvisa, à Marinha e à Receita. São quase 200 informações para proceder à importação. Toda esta ineficiência tem um custo. Enquanto em portos automatizados e eficientes, como em Roterdã, na Holanda, a exportação de um container custa em torno de US$ 1000, no Brasil o mesmo serviço não sai por mesmo de US$ 2000.
O Porto Sem Papel, programa criado pelo governo federal em 2010 em mais de 30 portos do Brasil, tinha uma idéia ambiciosa: acabar com a papelada! Para isso, criaram um sistema eletrônico onde as empresas devem fornecer as diversas informações necessárias. Problema: os órgãos “competentes” não aderiram ao Porto Sem Papel, e agora as empresas precisam fornecer os dados via meio eletrônico E em papel. A Receita Federal é uma das que não aderiu ao programa. Já o Porto 24 Horas, outro programa do governo federal, fez com que os portos mantivessem sua jornada de trabalho durante a noite, como forma de