logistica reversa
União entre produtores, fabricantes, distribuidores e poder público mudou o destino das embalagens contaminadas no campo em apenas uma década
O Brasil é recordista mundial no recolhimento de embalagens de agrotóxicos. Nos últimos dez anos, o percentual de embalagens plásticas colocadas no mercado que são recolhidas pela indústria após o uso do produto nas lavouras atingiu 95%. Segundo o diretor-presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPE), João Cesar Rendo, esse índice tornou o país líder e referência mundial no tema. Em segundo lugar vem a França, com 77%, seguida pelo Canadá, com 73%.
O sucesso do Brasil ganhou destaque mundial após a criação do Sistema Campo Limpo. O programa, que é gerenciado pelo INPE, realiza a logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil. Rendo explica que o sistema abrange todas as regiões do país e tem como base o conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público. Em todo o país existem 110 centrais e 270 postos de recebimento de embalagens. – Existe uma cadeia de responsabilidade, que começa no momento da compra do agrotóxico. As revendas, as cooperativas ou as distribuidoras são obrigadas a colocar, na nota fiscal, o local de recebimento dessas embalagens. Depois disso, a indústria fabricante recolhe, e fica responsável por enviar para a reciclagem ou encaminhar para destino final – explica Rendo.
A Lei Federal nº 9.974, que ordena a prática, é de 2000, e foi regulamenta dois anos depois com o Decreto, que determinou a responsabilidade compartilhada. Informações do INPE mostram que, desde então, o Brasil recolheu 260 mil toneladas de embalagens. A energia elétrica economizada seria suficiente para abastecer 1,4 milhão de casas entre 2002 e 2012, o gasto de água evitado equivale a 36 milhões de caixas de água cheias e o dióxido de carbono não