locke
A partir dessas idéias, John Locke, filósofo inglês, defende a liberdade religiosa em amplo sentido, e propõe a separação total dos poderes religioso e político. Locke considerava que as guerras, torturas e execuções, em nome da religião, eram na verdade culpa da intervenção das crenças religiosas na política.
Locke entende que a comunidade (Estado) é “uma sociedade de homens, constituída somente para que estes obtenham, preservem e aumentem seus próprios interesses civis. Por interesse civil, ele entendia a vida, a liberdade e a salva-guarda do corpo e a posse de bens externos”. Portanto, o Estado tem como dever garantir a cada indivíduo esses direitos. As questões ligadas à fé não são de responsabilidade do Estado. Todo o poder do Estado relaciona-se apenas com os interesses civis.
Muitos confundem tolerância com aceitação. Não é bem isso. Locke defende a tolerância com base no principio grego da indiferença, ou seja, não se faz necessário aceitar como legítima ou verdadeira a crença alheia, bastando tolerar os diferentes cultos. Os diferentes grupos devem se tolerar mutuamente.
Assim como a religião não deve invadir o campo do Estado, o Estado não deve invadir o campo religioso. Sendo dever do Estado Laico (não religioso/sem uma religião oficial de Estado) garantir a liberdade de crença e culto.
Na "Carta sobre a tolerância", podemos notar três fortes argumentos a favor da tolerância. O primeiro, de caráter religioso, justifica que a tolerância não é contrária ao Evangelho, ou seja, que mesmo lá vemos fortes sinais de que a religião nos ensina certos valores, como o amor a Deus e ao próximo, e que por isso não haveria necessidade de se odiar o outro