Locke Da propriedade

LOCKE – DA PROPRIEDADE

Segundo Locke, no estado de natureza, em que nenhum corpo possui originalmente um domínio privado, a terra e todas as criaturas inferiores são dadas aos homens para o apoio e o conforto de seu ser, ou seja, pertencem à humanidade em comum. Embora todos os frutos, que a natureza produz espontaneamente, e animais, que dela se alimentam, pertençam à humanidade em comum e nenhum ser tenha originalmente um domínio privado, cada homem tem uma propriedade em sua própria pessoa, e a isso ninguém tem o direito, a não ser ele mesmo. O trabalho de seu corpo, e de suas mãos são propriedades dele. Assim sendo, o que transforma algo que o estado de natureza proveu a todos em propriedade particular é a anexação a isto do trabalho do indivíduo que o dominou.
Depende do próprio fim da propriedade, que serve para o sustento de cada um, com sua família. Tudo o que não me serve para esse fim excede o meu direito. -> só em sociedades primitivas, sem moeda

“Deus nos deu todas as coisas ricamente, é a voz da razão confirmada pela inspiração. Mas até que ponto ele nos deu? Para desfrutar. Tanto quanto qualquer um pode fazer uso de qualquer vantagem da vida antes que estrague, tanto quanto ele possa, por meio de seu trabalho, corrigir uma propriedade: tudo o que for além disso, está para além da sua parte, e pertence a outros. Nada foi feito por Deus para o homem a estragar ou destruir.”
Esse limite natural se fundamenta numa obrigação moral derivada de uma lei natural implícita, a que obriga a todos a exercer seus direitos de modo a não tornar impossível aos demais o exercício dos seus próprios direitos. Tal limite, contudo, não tem grande importância na economia geral de uma sociedade de proprietários, uma vez que Locke constata e não se cansa de repetir que há terra em abundância para todos e, portanto, não se deve temer que a apropriação feita por alguém possa trazer desvantagem a todos os outros

Mas a partir do momento que o ouro e a prata são pouco