Livro
Estará a ‘classe-que-vive-do-trabalho’ desaparecendo? A retração do operariado tradicional, fabril, da era do fordismo, acarreta inevitavelmente a perda de referência do ser social que trabalha? Que repercussões as mudanças do mundo do trabalho estarão provocando nos sindicatos? A categoria trabalho não é mais dotada do estatuto da centralidade, no universo de práxis humana existente na sociedade contemporânea? Estas são as perguntas perseguidas pelo autor. O pano de fundo é formado pelo processo de globalização, pela difusão acelerada das novas tecnologias nos processos de produção e pela presença do toyotismo, que expressa a forma mais acabada da organização do trabalho almejada pelas empresas.
O livro está estruturado em quatro partes. Na primeira, sob o título ‘Fordismo, toyotismo e acumulação flexível’, Antunes inicia recuperando a visão de importantes pesquisadores a respeito das experiências recentes do processo de produção e trabalho. Nesse ponto, a questão central é, mais uma vez, discutir se elas superaram a organização fordista e qual sua potencialidade de generalização. Para o autor, o toyotismo é a experiência com maiores chances de se propagar. Exatamente por isso constitui um grande perigo para os trabalhadores, especialmente para os europeus. Sua adoção coloca em questão, entre outras conquistas, o Welfare State, pois esse modelo está "muito mais sintonizado com a lógica neoliberal do que com uma concepção verdadeiramente social-democrata". Lembra também, embora rapidamente, que, para se estabelecerem as atuais relações entre capital e trabalho no