livro
O livro divide-se em três partes. A primeira é dedicada ao rei de Portugal, que desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, a segunda ao Imperador austríaco Rodolfo II do Santo Império Romano-Germânico e a terceira à Rainha Cristina da Suécia. O principal narrador é um rinoceronte que vai contar toda a história, numa espécie de monólogo. Também D. Sebastião aparece, intermitentemente, como narrador, nas 2.ª e 3.ª partes da obra.
A autora empresta uma enorme veracidade histórica à obra e mostra-se bem documentada sobre os acontecimentos que tiveram lugar na época. O maior aspecto ficcional da obra é D. Sebastião viver até aos cem anos, deformado em consequência da batalha, casado com uma princesa muçulmana e pai de uma numerosa prole, oculto nas terras de Marrocos. Mas sem a efabulação, o que seria dos romances?
A autora retrata pois uma Europa em mutação, a violência das guerras religiosas e o fanatismo das mesmas, a loucura alquimista do Imperador da Áustria, a rebelião da jovem e bárbara Rainha da Suécia e a sua paixão por Descartes.
Destaco também a capa do livro, que reproduz um desenho da época do famoso rinoceronte, trazido da Índia, para diversão dos soberanos ocidentais acima