Livro “Os restauradores” de Camilo Boito
Camilo de Boito nasceu em Roma, no ano de 1836 e foi arquiteto, restaurador, crítico, historiador, professor, literato e analista. Iniciou seus estudos na Academia de Belas Artes em Veneza, no ano de 1849 e em 1860 se mudou para Milão, aonde se tornou professor de arquitetura na Academia de Belas Artes de Brera, através de suas atividades nesse cargo teve grande importância na transformação do ensino de arquitetura e sua cultura.
Boito escreve muitos artigos, alguns deles sobre restauro. Acreditava na importância de se documentar tudo sobre a edificação (o chamado Método Científico), para que esses dados fossem usados posteriormente na necessidade de se fazer alguma intervenção. Já durante o processo de restauro, ele dizia que na necessidade de se fazer uma intervenção seria ideal que ficasse claro ao observador que aquilo não fazia parte do projeto original. Isso pode ser visto no seu projeto de restauro no ano de 1858 da Basílica dos Santos Maria e Donato (datada de 999), aonde houveram alterações nas fachadas e no interior da edificação (remoção dos acréscimos barrocos).
Antes do século XIX, quando havia uma obra de restauro esta era por necessidade e exigências práticas da época e não por questão cultural. Esse pensamento foi mudado graças a alguns fatores, como o Iluminismo e as grandes destruições causadas pela Revolução Francesa. Para que isso acontecesse as formulações teóricas eram de grande valia, mesmo possuindo várias vertentes. Assim como Boito, Valadier e Stern também acreditavam em deixar aparente e bem notável ao observador o local da intervenção (o fizeram até mesmo no Coliseu), já Viollet-le-Duc dizia que a edificação tinha que seguir a unidade do estilo em que foi construída. E Ruskin e Morris achavam que as marcas do tempo deveriam ser aparentes, mesmo que a edificação ficasse em ruínas.
Diante de tantas vertentes – analisadas por Boito – para ele se intensificou a necessidade de se aplicar o método científico, conhecida na Itália