Livro IV - Ética a Nicômaco
01
A primeira disposição de caráter a ser abordada é a liberalidade, sendo esta o meio-termo entre dar e receber riquezas. O excesso denomina-se prodigalidade e a deficiência ou falta, avareza. São considerados mais liberais aqueles que herdam sua fortuna, pois estes não possuem experiência com as necessidades, e assim têm mais amor ao que eles próprios produzem. O homem liberal é aquele que dá/doa sua riqueza com prazer e sem barganhas, em momentos propícios para quem realmente necessita.
Outra vertente é o pródigo, o qual esbanja a riqueza com seus prazeres. Possui algumas características do homem liberal, pois também dá sem desejar nada em trocar, porém de forma desapropriada. Mesmo assim, é considerado melhor do que a avareza, uma vez que beneficiam outras pessoas. Em resumo, gastam deliberadamente sem pensar, satisfazendo suas vontades. O avarento, por sua vez, visa o lucro em benefício próprio constantemente, e possui grande dificuldade em dar/doar. Seu objetivo principal é o acumulo de riquezas, mesmo que para isso tenha que abrir mão de suas necessidades.
02
A magnificência é um gasto apropriado de grandes quantias, logo, ela deve se relacionar ao agente e às circunstâncias. Homem magnificente gasta com que é apropriado, e seus gastos são grandes. Portanto seus resultados devem corresponder as ações, devendo estar à altura ou excedê-la.
O homem magnificente gasta visando a honra. Também é liberal, porém, nem todo liberal é magnificente. A deficiência a essa disposição de caráter é a mesquinhez. Esta fica abaixo da medida em tudo, fazendo com que a pessoa elabore estudos de maneira a gastar menos e lamente o pouco que têm. O excesso é a vulgaridade, pois gasta além do que é julgado justo. E não gasta consigo mesmo, mas sim com objetos públicos para mostrar e ostentar suas posses.
03
Magnanimidade se relaciona a coisas grandiosas, implica grandeza, podendo então dizer que uma pessoa magnânima é aquela que se