Livro de Kotler
Misticismo é uma filosofia que existe em muitas culturas diferentes e que se reveste de várias formas. Místico é todo aquele que concebe a não-separatividade entre o Universo e os seres. A Essência primordial da vida, ou Consciência Cósmica, ou Deus como costumamos chamar – ao contrário do que se pensa – não está nem nunca esteve separado de qualquer coisa. O místico é aquele que busca ou que já mantém um contato direto com a realidade, sem intermediários. O místico procura a presença do Ser Supremo e Real, ou do inefável e incognoscível em si mesmo, nas profundezas de seu ser, e dessa forma, pode perceber todas as coisas como sendo parte de uma infinita e essencial Unidade de tudo o que existe.
Ao contrário de um outro sentido que o termo misticismo tomou, que o compara a tudo o que é irracional, anti-cientifico e supersticioso, isso nada tem a ver com o Misticismo.
Antes que confudam essa idéia com Panteísmo, é preciso informar que os místicos jamais acreditaram que Deus se resume a todas as coisas, mas sim que eles, como seres que ja desenvolveram uma percepção divina, conseguem perceber a presença de Deus em tudo. E isso não significa que Deus esteja numa coisa, noutra coisa e ainda noutra coisa e seja o somatório de todas, e esse montante somado tem como resultado Deus. Não se trata disso.
Nada do que existe no mundo manifesto está separado de Deus, o que não significa que as coisas que encontramos no mundo manifesto sejam Deus. Elas estão ligadas a Deus, de modo que são espelhos que podem refletir a eternidade e a infinitude da perfeição Divina.
Tudo é um espelho o qual pode refletir a perfeição.
Os místicos percebem que não estão separados de Deus, assim como meu dedo não está separado de minha mão.
Uma caracterização bem aceita da experiência mística é a de William James. Ressaltamos dois aspectos: a experiência mística é inefável, e portanto, incomunicável e é noética e, portanto, dificilmente aumenta o conhecimento teórico do