Livro casa de pensão
Casa de Pensão talvez seja uma das melhores obras de Azevedo. Todavia, ela não contém como em O cortiço todos os elementos naturalistas bastante evidentes. É possível notar, mesmo nessa obra que os estudiosos consideram como uma das principais do naturalismo brasileiro, alguns traços de pouco valor. Esses últimos evidenciam-se, especialmente pela divisão dos capítulos, que nos moldes dos romances publicados nos jornais da época, visam suspender a ação num capítulo para gerar uma ansiedade no leitor, que se tornava cobiçada para ler os próximos. Técnica utilizada até hoje nas telenovelas brasileiras para que o telespectador não deixe de acompanhar os outros capítulos da novela.
Um dos itens imprescindíveis do naturalismo solista era expor todas as chagas da sociedade, exibir a coletividade de fato como ela era. Para isso os integrantes dessa escola literária utilizavam das teorias científicas da época — determinadas devido às suas características físicas e pelo meio que as cercam.
Interessante notar, que diferentemente da maioria das personagens que compõe uma obra romântica, todas as pessoas dessa obra de Azevedo são hipócritas, querem sempre levar vantagem em tudo.
Amâncio, por exemplo, ajuda a família de Coqueiro para apenas desfrutar bons momentos de prazer com Amélia, sem assumir qualquer tipo de compromisso. Mantém a moça como uma cortesã.
Coqueiro, apesar de afirmar que se interessa apenas em arrumar para Amélia um bom casamento, na verdade, quer é garantir seu sustento por meio da fortuna do cunhado. Sendo assim, não importa em colocar a moça nas mãos do estudante de medicina. De maneira semelhante pensa Brizard, para a francesa o que importa é garantir seu conforto e a internação de Nini, sua filha desequilibrada, numa casa de saúde.
Falando na filha da esposa de Coqueiro, Nini; faz-se senhor destacar que o histerismo foi um dos temas prediletos dos naturalistas. O assunto foi fortemente explorado