Analise de casa de pensao
Casa de Pensão
(Aluísio de Azevedo )
ROTEIRO BIOGRÁFICO Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalvez de Azevedo), irmão do teatrólogo Arthur Azevedo, nasceu em S. Luís do Maranhão, em 14 de abril de 1857 e morreu, com 56 incompletos, em 21 de janeiro de 1913, na capital argentina. Era diplomata, por concurso, desde 1895, tendo exercido funções em várias partes do mundo. O desenho e a caricatura eram a sua grande vocação. Acabou romancista. "Fiz-me romancista, não por pendor, mas por me haver convencido da impossibilidade de seguir a minha vocação que é a pintura. Quando escrevo, pinto mentalmente. Primeiro desenho os meus romances, depois redijo-os." (Aluísio Azevedo – Uma vida de romance – Raimundo de Menezes – Liv. Martins Edit. P. 146). Foi um dos primeiros, entre nós, a procurar viver ou sobreviver de sua profissão de escritor. "Escrever tem sido até hoje aqui no Rio de Janeiro a minha grilheta, muito pesada e bem pouco lucrativa..." (Apud Prosa de Ficção – Lúcia Miguel Pereira – Liv. José Olympio Edit. – 1957 – 2ª ed. Pág. 143). "Aluísio Azevedo é no Brasil talvez o único escritor que ganha o pão exclusivamente à custa da sua pena, mas note-se que apenas ganha o pão: as letras no Brasil ainda não dão para a manteiga..." (Valentim Magalhães – apud Raimundo de Menezes – o.c.. pág. 29). Por isso, muitas vezes fabricou os seus romances para (sobre)viver. Alguns de seus livros são de "pura inspiração industrial", segundo expressão de José Veríssimo. (História de Literatura Brasileira – Liv. Francisco Alves – Rio – 1916 – pág. 357). Com alguma facilidade se pode notar o desnível que existe entre os seus romances. De sua obra ficcional, bastante numerosa, o tempo, crítico severo, selecionou algumas que ficaram e ficarão na literatura naturalista brasileira. "De tudo isso só ficaram O Cortiço, O Coruja, Filomena Borges e O Livro de uma Sogra, são hoje a bem dizer, ilegíveis. Mas O Cortiço basta para lhe assegurar a posição de primeiro plano