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Eucaristia como celebração da nova e eterna Aliança Ione Buyst
A liturgia eucarística vem sempre precedida de uma liturgia da palavra. Por que? Qual a razão profunda deste fato e como devemos entender e vivenciar espiritualmente a relação entre estas duas partes da celebração eucarística, a missa? Quais são as conseqüências disso para nossa prática pastoral?
1- A liturgia da Palavra não é um simples preâmbulo ou ‘ante-missa’ como era considerada antes do Concílio Vaticano II. É parte integrante. Fala-se de ‘duas mesas’ onde é distribuído o pão da vida: a mesa da palavra e a mesa do corpo de Cristo: “Espiritualmente alimentada nestas duas mesas, a Igreja, em uma, instrui-se mais, e na outra santifica-se mais plenamente; pois na palavra de Deus se anuncia a aliança divina, e na Eucaristia se renova esta mesma aliança nova e eterna. Numa, recorda-se a história da salvação com palavras; na outra, a mesma história se expressa por meio dos sinais sacramentais da Liturgia”1
2- A Sagrada Escritura (principalmente o evangeliário), recebe a mesma veneração que o mistério eucarístico (entrada solene, incensação, beijo do evangeliário, atenção dada à proclamação...). Tanto a palavra de Deus quanto o mistério eucarístico são considerados, pela tradição, o corpo de Cristo (Cf. IELM 10). Vejamos dois textos significativos, um de são Jerônimo, outro de Cesário de Arles2:
“Eu penso que o Corpo de Cristo é o evangelho e que seus ensinamentos são as sagradas escrituras. Quando, pois, Jesus diz: ‘Quem não come minha carne e não bebe o meu sangue, não tem a vida,’, podemos certamente entender que ele está falando da eucaristia. Mas é certo igualmente que o Corpo de Cristo e seu sangue são a palavra das escrituras, seu divino ensinamento. Quando participamos da celebração da eucaristia, tomamos cuidado para que nenhuma migalha se perca. Quando ouvimos a palavra de Deus, quando a palavra de Deus é dada