Literetura Brasileira

RESENHA CRÍTICA

GALVÃO, Patrícia. Parque Industrial. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

Sob a ótica do momento vivenciada por Patrícia Galvão, conhecida à época por Pagu, a mesma publica o livro Parque Industrial. Uma obra revolucionária, cheia de vozes do proletariado, que denuncia e registra problemas políticos e sociais da época. O livro reflete a relação entre o social e o literário, demarcando a importância da obra ao registrar o cenário caótico vivido pelo Brasil nas décadas de 20 e 30.
As restrições impostas à mulher não se limitaram e alcançaram os vários aspectos sociais. Por muito tempo seu acesso à Educação fora negado, por não haver necessidade, diante de suas atribuições de instruções que lhe concedessem o desenvolvimento intelectual, esse muitas vezes também negado durante a história. O acesso à Educação era prerrogativa masculina. Alguns, mais carregados da mancha preconceituosa do machismo, sugeriam, inclusive, que a mente feminina era “fraca” para tais atividades.
Com a necessidade de mudanças de padrões, de modos de produção e de valores, a mulher foi timidamente ganhando espaço para se mostrar na sociedade. Saindo da função exclusiva do lar, passou ao trabalho subalterno das fábricas nos séculos XVIII e XIX. Em Parque Industrial, Pagu retrata a realidade desta abertura para o trabalho nas fábricas, a mulher passou a ser explorada de diversas maneiras, pela falta de respeito, pela carga horária de trabalho e ainda pela exploração sexual dos que ocupavam posições superiores. Neste livro, Patrícia Galvão traça o perfil de uma sociedade proletária, focando especialmente na figura feminina, a mulher operária em um recorte histórico marcado pelo desenvolvimento da indústria da cidade de São Paulo.
A escrita de Patrícia Galvão em Parque Industrial insere a obra na fase de protesto contra os padrões e valores impostos pela sociedade da época, a fase feminista, devido ao teor transgressor e de denúncia observados, consideramos a importância,