A Índia, os signos e a roda
ISBN: 978-85-88537-26-2
A Índia, os signos e a roda1
Bruno Pompeu Marques Filho2
Escola de Comunicações e Artes – Universidade de São Paulo
Resumo
Unindo uma base teórica calcada na Semiótica Peirceana a conceitos advindos da Antropologia Visual, o presente estudo tem por intenção revelar a forte presença cultural de um povo em um específico material publicitário. Trata-se da análise de um anúncio para televisão do detergente em pó indiano Wheel, que recentemente ganhou concorrentes globais e a isso tem reagido de maneira interessante. A investigação do anúncio segue cuidadosa, buscando evidenciar os traços da cultura indiana presentes no tal filme.
Palavras-chave
Comunicação; publicidade; Índia; semiótica.
Introdução
Balançando imponente na frente de um batalhão, a bandeira é símbolo de força e combatividade. Rodopiando animada nas mãos da porta-estandarte, a bandeira é símbolo de samba e comunidade. Tremulando esticada pelas mãos de uma torcida, a bandeira é símbolo de garra e competitividade.
Difícil é a tarefa de se imaginar um grupo qualquer de pessoas que não possua (ou deseje possuir) uma bandeira. Isso porque o homem sempre teve nas bandeiras, nas flâmulas e nos estandartes uma referência de identidade, um símbolo de si próprio. Os clubes têm bandeiras. As escolas de samba têm bandeiras. Universidades têm bandeiras. Cidades, estados e países têm bandeiras. E, por mais que as instituições donas de bandeiras tenham brasões, cores e símbolos próprios, esses elementos geralmente compõem a tal bandeira e, juntos, formam um símbolo maior e insuperável.
Imaginemos o Clube de Regatas Flamengo. Suas cores - o vermelho e o preto - sozinhas têm seu significado. Seus símbolos - âncoras e remos - também significam algo. E cada um desses elementos faz referência direta ao Flamengo. Entretanto, juntos, na bandeira oficial do clube, eles são a representação maior da grande torcida, do grande clube desportivo, da