Literatura
- E aí, tudo bem?
- Como?
- Moça, você está bem?
- Sim! Por que não haveria de estar?
- Nossa, está nervosa?
- Não! Só quero ficar sozinha, bebendo em paz, sem ser incomodada. Vim aqui apenas para beber e chorar feito uma louca.
- Tudo bem, mas se quiser conversar estou à sua disposição!
- Homem é tudo igual, só porque estou sozinha e bêbada já chegam na gente dando cantadinhas baratas.
- Acredite, não é cantada, estou vendo o quanto está triste.
- Mesma assim obrigada, nada poderá aplacar minha tristeza, só mesmo o alcool.
- Tudo bem! Boa bebedeira.
- Obrigada.
Dez minutos depois:
- Moço, por que me olha tanto?
- A gente está num bar, você está bêbada e eu também, joga limpo, se abre. Amanhã você nem lembrará desta conversa, vai te fazer bem agora.
- Não sei, não sei como começar.
- Sei lá, fale o que quiser.
- Eu me dediquei tanto e morri na praia.
- Morreu na praia?
- Sim! Amei como ensinam que se deve amar, a troco de que? Estou aqui magoada.
- Pode falar mais, quero só ouvir. Sei que te conheci há poucos minutos mas tenha em mim um amigo.
- Eu o conheci faz um ano e foi neste bar. Ele estava em crise no casamento e eu também. Acabamos ficando, mas nada sério, afinal ainda éramos comprometidos. Trocamos telefone e fomos embora.
- E aí?
- Por duas semanas meu telefone não tocou, próximo do natal ele me liga e pede pra passarmos juntos. Na hora não levei muito a serio pois ele mal me conhecia pra fazer um pedido desses e outra, ele era alcoolatra.
- E você foi passar com ele?
- Então, como te disse, ignorei a principio. Na véspera acabei saindo sozinha e no natal tive um pressentimento de ligar a ele e