literatura
Este artigo possibilita a reflexão dos neologismos criados por Aldous Huxley, em “Admirável Mundo Novo”, na tradução feita por Lino Vallandro e Vidal Serrano, por meio de análises baseadas em estudos de teóricos da língua portuguesa.
Durante a obra, o autor faz uso de um número considerável de neologismos, por vezes fazendo alusões a importantes nomes da ciência e indústria pós Revolução Industrial, possibilitando a análise dos conceitos e palavras mais importantes para a compreensão inicial do novo mundo descrito por Huxley. Com a pesquisa, pretendemos analisar se os neologismos criados pelo autor trazem alguma carga semântica referente ao contexto da obra.
As análises também mostrarão os processos e funções utilizados na formação de palavras da obra. Por serem importantes para a compreensão geral da sociedade descrita por Huxley, foram escolhidos para análise morfológica os neologismos formados por derivação presentes nos três primeiros capítulos da obra. Primeiramente, explicaremos brevemente o contexto em que a criação lexical foi usada, para então fazermos análise dos morfemas, resgatando seu étimo e explicando seus significados, processos e funções.
Reforçamos que este artigo abordará apenas os neologismos formados a partir de derivações, sejam elas prefixais ou sufixais.
1.2 A OBRA E O CONTEXTO
Aldous Huxley (1894–1963), escritor inglês, apresenta com sua intensidade filosófica em “Admirável Mundo Novo” (1932) os modos superficiais de pensar e sentir, satirizando a crescente influência da cultura de massas na vida das pessoas da época (que se estende até os dias de hoje). O autor também apresenta seu ponto de vista e suas preocupações em relação ao impacto que o progresso da ciência teria nos princípios morais da sociedade. A obra mostra um futuro utópico baseado nos avanços científicos e tecnológicos, que divide sua população por meio de castas – os Alfas, Betas, Deltas, Gamas e Ípsilons -, condicionadas por métodos desenvolvidos