Literatura e cinema
O filme conta uma belíssima história de dois homens de culturas diferentes: Pablo Neruda e Mário Ruoppolo. Mario vive a beira-mar com o pai; este um pescador como a maioria dos homens da localidade. Acontece que Mário não quer ser mais um deles; tem até alergia. Para fugir um pouco da pregação do pai, divide seu tempo em longos passeios, e quando pode, vai ao cinema.
Ao ver uma vaga nos correios, vê a chance de unir seu gosto pelos passeios com sua bicicleta, a um trabalho longe das pescarias. Aliado a isso, o prazer em ter um contato maior com Pablo Neruda, que se encontra em exílio político. Aos poucos, as barreiras entre esses dois homens vão se quebrando. Surgindo uma amizade. Mário, em sua simplicidade ganha o carinho de Neruda. Que o ajuda a vencer a timidez para se aproximar de sua amada Beatrice.
Já Pablo Neruda, o poeta, muito conhecido por seus poemas que sensibilizava principalmente as mulheres. Por razões políticas, ele se exila em uma ilha na Itália. Lá ele conheceu Mário, desempregado, quase analfabeto foi contratado como carteiro extra, encarregado de cuidar da correspondência do poeta a fim de conquistar o grande amor de sua vida. Com o término do exílio, Neruda vai embora. Mário, por sua vez, já está casado. Mas não é mais o homem de outrora. Quer agora falar e muito. Então se engaja na política de oposição.
O filme nos mostra que, Mário, não era apenas um carteiro. E sim um aprendiz do poeta Neruda. Que se dedicou em aprender a ser um poeta. Claro que para ambos, carteiro e poeta, não houve uma materialidade nessa convivência, mas sim uma troca saudável, prazerosa e que preencheu a vida deles naquele período.
Por iniciativa de um, como também da boa receptividade do outro, houve carinho, respeito e apreço naquela amizade. Mesmo num curto período, fora