Literatura portuguesa
Trovadorismo O Trovadorismo corresponde à primeira fase da história de Portugal e está intimamente ligado à formação do país como reino independente.
O conjunto de suas manifestações literárias reúne os poemas feitos por trovadores para serem cantados em feiras, festas e castelos nos últimos séculos da Idade Média.
A poesia trovadoresca pode ser dividida em dois gêneros: lírico e satírico. O gênero lírico se subdivide em duas categorias (cantigas de amor e cantigas de amigo) e o satírico é caracterizado pelas cantigas de maldizer e cantigas de escárnio.
Lírico – Cantigas de amor
Nas cantigas de amor, o eu lírico, sempre do sexo masculino, expressava sua angustia por um amor platônico, inalcançável. As poesias e cantigas eram escritas para as damas da corte, sendo o homem sofredor e subordinado. Era comum nas cantigas vir a expressão 'coita', que significava sofrimento por amor.
Essa cantiga de Afonso Fernandes mostra algumas características de incorrespondência amorosa.
“Senhora minha, desde que vos vi, lutei para ocultar esta paixão que me tomou inteiro o coração; mas não o posso mais e decidi que saibam todos o meu grande amor, a tristeza que tenho, a imensa dor que sofro desde o dia em que vos vi.”
Lírico – Cantigas de amigo
Nas cantigas de amigo, embora o eu lírico seja do sexo feminino, elas eram escritas por homens. O conteúdo das poesias cantadas eram retiradas de frases românticas para o namorado, tido como 'amigo'. Elas eram escritas para as mulheres que estavam conhecendo as emoções causadas pelo amor. Em outras cantigas, o contexto era das filhas conversando com a mãe ou as amigas. As poesias também apresentavam a tristeza das mulheres, quando o homem que elas amavam ia para as guerras.
Essa cantiga de Martim Codax mostra a voz lírica feminina, o possível sofrimento amoroso e o tratamento do amado como amigo. ‘’Ondas do mar de Vigo, acaso vistes meu amigo? Queira Deus que ele venha