Literatura Periférica
Ela subiu correndo as escadas atrás de ajuda, como se alguém pudesse ajudá-la. Algo estava realmente prestes a acontecer e ninguém iria impedir, podia até ser que não acontecesse hoje, mas amanhã talvez. E não ia adiantar pedir ajuda para o cara certinho que dita às regras, ela tinha vacilado e iria ter que responder por suas atitudes, ou seja, aguentar as consequências.
Subindo lá e falando o que estava prestes a acontecer só ia piorar a sua situação. Será que ela não percebeu que no fundo tudo isso era ciúmes, talvez um pouco de inveja e que humildade, conversa, as cartas na mesa, já seriam o suficiente para solucionar o problema que talvez fosse se arrastar ao longo do ano ou mesmo anos.
Ela tinha chegado fazia pouco tempo, era novata, os meninos todos olhavam para ela e isso incomodava muita gente. Podia até ser que fosse tímida e por esse motivo interpretava algum personagem, ou ainda pudesse pensar que se fosse metida iria atrair a atenção das meninas populares da escola e fazer amizade mais facilmente, enfim podia ser tantas outras coisas.
Mas se pensou, com certeza pensou errado e se não pensou devia ter pensado antes de irritar todas aquelas pessoas que também estavam se sentindo acuadas por ela.
Correu aqueles quatro lances de escada tão rapidamente que quando chegou estava ofegante, quase não conseguia falar, dava para ver que seu coração estava muito acelerado, a voz estava trêmula e o corpo todo também, se mostrava bastante apreensiva, preocupada com o que estava prestes a acontecer.
Quando finalmente chegou a frente da porta de quem considerava seu salvador deu de cara com a ela fechada, ele era muito ocupado e já estava resolvendo outro problema que não havia lhe passado despercebido.
Ela entrou em desespero e agora o que faria? Não queria ser inconveniente, mas também não queria confusão, brigas ou desentendimentos, não sabia mais como resolver esta situação, que havia saído do seu controle. Precisava urgentemente de