Literatura nas américas
Segundo o autor, a melhor forma de analizar um perído literário é através da historiografia baseada na periodização estilística, que aborda o passado no sentido horizontal, ou por cortes transversais. Diferente da historiografia tradicional, onde são levadas em conta as produções nacionais em ordem cronológica.
A literatura produzida nas Américas pode ser enquadrada em três estilos diversos: o renascentista, o barroco e o rococó neoclássico, este último ja se misturando com traços do iluminismo e do romantismo.
O barroco é uma adequação de um estilo ao clima espiritual e ao conteúdo ideológico de uma época, ou seja: após o Renascimento, a igreja através da Contra Reforma, tenta de todas as formas chamar o homem de volta as questões espirituais. A alma barroca é composta desse dualismo, desse estado de tensão e conflito, exprimindo uma gigantesca tentativa de conciliação de dois pólos considerados inconciliáveis e opostos, a razão e a fé. Sendo dominada por forças antagônicas e contrastantes, nota-se em qualquer dos grandes poetas da época (Gongora, Donne, Marino, Gregório de Matos e etc) uma mistura de religiosidade e sensualismo, de erotismo e misticismo, de espiritualidade e naturalismo sensual, do fator erótico-religioso, do fator heróico.
O Barroco apresenta-se diferentemente nas três áreas de colonização européia. Na América Inglesa, a tonalidade é religiosa. A literatura norte-americana, nesse período colonial da história, não se mostra de grande relevo. Em Hispano-América, é tão intenso o complexo barroco que dá lugar a um verdadeiro estilo geral de vida com manifestações poderosas no mundo da arte. O Barroco no Brasil e na América Espanhola, é um instrumento, ao mesmo tempo, de mestiçagem, de independência e peculiaridade cultural. Não há dúvidas de que as lições vinham da Europa, e que é na Igreja de Jesus, de Roma. Mas tudo isso passa por um banho de mestiçagem ao chegar à plagas americnas, sofre um