Literatura judaica moderna

1138 palavras 5 páginas
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Línguas Orientais

Disciplina: FLO1489 - Literatura Judaica Moderna I
Profº Luis Sergio Krausz

“O Rabi de Bacherach” no contexto do judaísmo alemão no início do séc. XIX

Gabriela Neta
N. USP: 6884971

O escritor Heinrich Heine ascendia de uma família judaica tradicional, entretanto não era um homem religioso, apesar disso, foi constantemente perseguido na Alemanha do séc. XIX por ser judeu, estes, nessa época, viviam em áreas específicas, os guetos, além de serem alvo de preconceito e leis tributárias distintas do restante do povo alemão. O escritor, em uma tentativa de minimizar o preconceito que sofria, converte-se ao Protestantismo, e nem mesmo com essa conversão consegue livrar-se das críticas e represálias, agora dos dois lados, dos judeus por ter se convertido e dos alemães, pois mesmo convertido continuava sendo considerado judeu. Tendo isso em vista, Heine decide por exilar-se em Paris, cidade que prometia a liberdade e igualdade. É neste contexto que Heine começa a escrever O Rabi de Bacherach, terminando o livro já na França, obra que retrata o sofrimento dos judeus, que viviam sob opressão alemã, tendo seus direitos reduzidos. Tendo em conta que o Rabi é escrito no séc. XIX, levamos em consideração que nesta época a literatura passa a ser vista e produzida sob a ótica de indivíduo e não mais sob conceitos coletivos. Sendo assim, o indivíduo tem consciência autônoma, regida por suas próprias leis, sem a influência da religião, por exemplo. Muito deste conceito apoia-se na ideia de Bildung, a partir de agora a vida espiritual não está mais designada à Revelação e sim a formação do próprio indivíduo, formação esta por meio da cultura, ou seja, a emancipação dos dogmas, a libertação é alcançada através da cultura (espécie de “Renascimento tardio”). Este conceito é dinâmico, pois propõe uma transformação contínua, propondo que o indivíduo transforme

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