literatura infantil
Um dos aspectos que caracteriza a contemporaneidade, também chamada de pós-modernidade, é um estado de permanente conflito na sociedade e nos laços entre e dentro de seus segmentos. Na verdade, a pós-modernidade não gerou essa crise; ela a herdou da Modernidade e a explicita em cores cada vez mais fortes. A pós-modernidade se constitui como uma crítica à modernidade, sem substituí-la, contudo. Nela convivem elementos do classicismo, da modernidade e da própria pós-modernidade, com sua dimensão de conflito permanente, sem que se forme um todo, sem que se integrem.
É ambíguo o momento em que vivemos. Por um lado experimentamos a satisfação de podermos modificar nosso mundo social, no qual novas identidades culturais e sociais surgem, enquanto outras já existentes são transgredidas, arrombadas, deliciosa ou sofridamente transformadas. Por outro lado, nosso tempo é de dor, de angústia, de incertezas, de um mundo à deriva. Uma parcela cada vez maior da humanidade é excluída dos prazeres e das alegrias da vida.
É época de primazia de mercado, de competitividade, de produção, de privatização e desregulamentação. Ao mesmo tempo é o momento de investidas na coletividade, no crescimento grupal, na valoração do trabalho em equipe. Do ponto de vista econômico, a pós-modernidade acompanhou e favoreceu um considerável empobrecimento geral e um aumento apreciável do número de excluídos dos bens e do bem viver em todo o mundo. Consumo é a palavra chave dessa nova era e os sujeitos se transformam em consumidores incessantes.
A pós-modernidade também adentrou o cotidiano da vida das pessoas através da tecnologia eletrônica de massa. Assim, os meios de comunicação aderiram à função de “interligar” o mundo às diferentes realidades, favorecendo, assim, a chamada globalização. Nessa linha de pensamento, Antonio Dória (2008, p. 30) afirma que nossa sociedade: