Literatura infantil
Daniel Felipe dos Santos
Literatura Infantil: algumas nuances e outras possibilidades
Nova Odessa
Abril/2008
As discussões e leituras realizadas durante as aulas do 1º Bimestre da disciplina Literatura Infantil, assim como a problematização dos textos foram bastante produtivas no sentido possibilitar reflexão sobre o papel/função exercido pela Literatura Infantil na sociedade, mas, principalmente, de considerar outras possibilidades de trabalho com os textos infantis, rompendo com uma tradição adultocêntrica que também se faz presente nas produções do gênero. As aulas também possibilitaram a percepção de algumas temáticas correlacionadas com o desenvolvimento da Literatura voltada especificamente às crianças, como o próprio lugar que a infância passa a ocupar na sociedade. A surgimento da Literatura Infantil se deu em meio à uma nova conjuntura social marcada – de modo geral – pela criação da concepção de infância e, consequentemente, da necessidade de se pensar em estruturas, dinâmicas e espaços específicos à essa nova categoria social.
O surgimento da concepção de infância, embora tenha atingido às crianças das classes trabalhadores e burguesa, se configurou de maneira diferentes em cada uma destas classes. Enquanto que na classe burguesa, a infância veio no sentido de fortalecer a célula familiar a partir da preservação das crianças que seriam as sucessoras de seus país, dando continuidade ao status de burguês que a família detinha. Assim, “a criança burguesa encontrava-se plenamente integrada no contexto familiar, uma vez que este foi solidificado para resguardá-la” Zilberman(1987, p.9)[1].
Por sua vez, no caso particular da classe trabalhadora, o florescimento da infância e de um certo cuidado para com as crianças teve os mesmos objetivos do caso da classe burguesa, mas com uma diferenciação bastante marcante. Devemos