Literatura Engajada
Literatura engajada possui compromisso ideológico. O autor não se preocupa com a leitura como se fosse arte.
Se preocupa em defender uma certa ideologia, uma ideia ou opinião. No nosso país Brasil, está relacionada na luta contra a ditadura.
No Brasil, desde há muito temos autores que usaram a literatura como veículo de seus pensamentos políticos, como forma de crítica ao sistema vigente, seja como estética revolucionária e contestadora.
Podemos começar citando Gregório de Matos Guerra, que era chamado de Boca do Inferno, por ter uma literatura afiada e que perturbou várias instâncias do poder de sua época (1623 - 1696). Baiano, Gregório de Matos nasceu em Salvador - e foi sobre a Bahia o seu poema mais famoso, o Triste Bahia, em que o poeta fazia referência à perda da identidade do povo brasileiro, permissivo em relação à entrada de exploradores que chegavam ao nosso território pelo mar, por suas largas barras, ou seja, nossas orlas escancaradas à colonização e aos mercadores que se apropriavam de nossas riquezas.
Triste Bahia
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote
Gregório de Matos foi exilado, enviado para Portugal, após ser acusado de não ser obediente a Deus, com sua poesia corrosiva e erótica. A Inquisição o colocara como perigoso exemplo - e colocou-o como inimigo do estado. E como nem o Brasil e nem Portugal o aturavam em suas terras, foi deportado para Angola, o que só reforçou suas convicções.
Temos ainda exemplos como Machado de Assis (1839