liquidos serosos

2. As leishmanias: origem e classificação A taxonomia do gênero Leishmania ainda é assunto de considerável controvérsia. No velho mundo (África, Ásia e países da bacia do Mediterrâneo) as leishmanioses cutânea e visceral são causadas por espécies, que fazem parte de quatro complexos, geograficamente dispersas: complexo Leishmania major (L. major) na África ao norte do Sahara e no Oriente Próximo, na Península Arábica; Leishmania tropica no oeste da Europa, Oriente Próximo e Tunísia; Leishmania infantum (L. infantum) no oeste do Mediterrâneo e L. donovani no Extremo Oriente (Nozais, 2003). Para os mesmos parasitas, a alternativa taxonômica mais moderna, e cada vez mais empregada, admite-se três espécies distintas, L. donovani, L. infantum e L. chagasi. Muitos autores acreditam que L. chagasi é somente um sinônimo de L. infantum, trazida para as Américas pelos cães dos colonizadores europeus. Também em relação às espécies causadoras da leishmaniose cutânea há considerável disputa em relação à taxonomia: subespécies do complexo L. braziliensis foram elevadas recentemente a espécies e agrupadas em um novo subgênero, Viannia. Enquanto um consenso não for alcançado haverá sempre considerável confusão na classificação das espécies.
As tabelas a seguir resumem a posição taxonômica da Leishmania chagasi no Reino Protista (Tabela 2), o conhecimento atual sobre as leishmanias humanas existentes no Brasil e as formas clínicas a elas associadas (Tabela 3). A denominação Protozoa e mesmo a posição do filo Kinetoplastida estão sendo revistas e poderá haver uma alteração substancial deste quadro em futuro próximo. Tabela 2: Posição taxonômica do agente etiológico da leishmaniose visceral americana, Leishmania chagasi, de acordo com a sistemática atual (simplificada no quadro). Reino
Protista
Sub-reino
Protozoa
Filo
Kinetoplastida
Ordem
Trypanosomatida
Família
Trypanosomatidae Dofein, 1901, emend. Grobben, 1905
Gênero
Leishmania Ross, 1903