Linguística
Disciplina: Linguística textual
Profª. Maria do Socorro
Dados bibliográficos
BENTES, Anna Christina. Introdução à Linguística. (Cap. 7. In: Linguística textual. p.p : 259 - 301). Editora: Cortez.
Na história da constituição do campo da Linguística de Texto, podemos dizer que não houve um desenvolvimento homogêneo. Segundo Marcuschi (1998a), “seu surgimento deu se de forma independente, em vários países de dentro e de fora da Europa Continental, simultaneamente, e com propostas teóricas diversas”.3 Mas, de uma forma geral, é possível distinguir três momentos que abrangeram preocupações téoricas bastante diversas entre si.
Não há consenso entre os autores de que houve uma certa cronologia na passagem de um momento para outro. Podemos afirmar, no entanto, que houve não só uma gradual ampliação do objeto de análise da Linguística Textual, mas também um progressivo afastamento da influência teórico-metodológica da Linguística saussuriana, passando por três momentos iniciais: a análise transfrástica, a construção de gramáticas textuais e a elaboração de uma teoria do texto.
Na análise transfrástica, parte-se da frase para o texto. Nas primeiras propostas de elaboração de gramáticas textuais, nas palavras, tentou-se construir o texto como objeto da Linguística, criando-se posteriormente uma teoria do texto, considerando que todo falante nativo possui um conhecimento acerca do que seja um texto, conhecimento este que não é redutível a uma análise frasal, assim, todo falante possuiria, segundo Charolles (1989), três capacidades textuais básicas, a saber: capacidade formativa, que lhe permite produzir e compreender um número potencialmente elevado e ilimitado de textos inéditos, capacidade transformativa, que o torna capaz de reformular, parafrasear e resumir um texto dado, capacidade qualificativa, que lhe confere a possibilidade de tipificar, com convergência, um texto dado, isto é, dizer se ele é uma descrição, narração, argumentação etc.
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