linguistica
A língua para Ferdinand de Saussure
O suíço Ferdinand de Saussure pode ser considerado o pai da lingüística moderna. Nos anos de 1907, 1908 e 1910, ele deu três cursos na Universidade de
Genebra, na Suíça. Alguns de seus alunos tomaram notas de suas aulas, e, em 1916, publicaram a famosa obra intitulada Curso de Lingüística Geral, contendo uma boa parte do pensamento de Saussure, que tinha morrido em 1913. Portanto, o Curso de
Lingüística Geral, de Saussure, é uma obra póstuma.
Vocês poderiam me perguntar:
--“Então, a lingüística não existia antes de Saussure?”
Não como ela é concebida hoje. Mas, ao longo de toda a nossa história, há inúmeros registros do interesse dos homens pelas línguas. Na Índia, há mais ou menos
2500 anos atrás, Panini já tinha elaborado uma gramática bastante sofisticada do sânscrito, em seus aspectos fonéticos, fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos. Na Grécia antiga, muitos filósofos também se interessavam por vários aspectos da língua humana, entre eles, a relação entre língua e pensamento, a gramática, a retórica, e a poética. Vários fenômenos da gramática das línguas modernas são, até hoje, analisados com base nos ensinamentos de Aristóteles. Na Idade Média, um grande esforço foi feito por parte dos estudiosos da língua, no sentido de preservar o latim da influência das línguas dos povos bárbaros, que tinham invadido o Império Romano, e que tinham se estabelecido em toda a Europa. Isso significa que, nessa época, os estudos lingüísticos tinham uma orientação prescritivista. Vocês se lembram que, em outra aula, eu tinha dito que, como ciência, a lingüística não pode impor regras, nem deve tentar proteger as línguas das mudanças. Vejam como não adianta. Por mais que os estudiosos medievais tenham tentado preservar o latim, aos poucos ele foi desaparecendo, e outras línguas foram surgindo a partir dele, como o português, o espanhol, o italiano, o francês, o romeno.
Na Idade Moderna, com os