linguistica
Assaltante nordestino - Ei, bichim... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu Padim Ciço, mas é que eu to com uma fome da moléstia...
Assaltante mineiro - Ô sô, prestenção... Isso é um assarto, uai... Levanta os braço e fica quetim quesse trem na minha mão ta cheio de bala... Mio passa logo os trocado que eu num to bão hoje. Vai andando, uai! Ta esperando o quê, uai!!
Assaltante gaúcho - Ô, guri, ficas atento ... Bah, isso é um assalto... Levanta os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê! Não tentes. Passa as pilas pra cá! E te manda a lá cria, senão o quarenta e quatro fala.
Assaltante carioca - Seguinte, ficho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapa... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto...
Assaltante baiano - Ô, meu rei... (longa pausa) Isso é um assalto....( longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho...( longa pausa). Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
Assaltante paulista - Orra, meu.. Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu.... Passa a grana logo, meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu.. Pó, se manda, meu...( CEREJA, William Roberto. Português linguagens, Editora: Atual, 1ª edição)
1) O texto retrata várias cenas de assalto, cada uma delas situada em um Estado ou região diferente do país. A fala do assaltante tem sempre o