Linguistica variacionista
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1992. A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ela é que faz com que o texto tenha sentido para os usuários. Sendo um dos princípios de interpretabilidade, a coerência é gerada a partir da interação entre dois usuários numa situação comunicativa, pois a questão de estabelecimento de sentido não está apenas do lado do leitor. Na interlocução entre o produtor e o receptor, é necessário considerar o processo total, desde a intenção e conhecimentos do produtor do texto até o conhecimento do leitor e suas estruturas lingüísticas. Para um texto ser coerente, o processo cognitivo depende também dos fatores sócio-culturais diversos e de fatores interpessoais como, por exemplo, as intenções dos interlocutores, a influência do autor na situação do texto e as regras que regem as relações da sociedade. O conhecimento de elementos lingüísticos também é importante para estabelecer sentido de um texto e percebê-lo como coerente. Van Dijk e Kintsch (1983) (apud Koch e Travaglia) falam em vários tipos de coerência textual: semântica, sintática, estilística e pragmática. Falam também de coerência local (parte do texto ou sequência de frases) e global (conjunto de coerências locais). Os fatores de contextualização ajudam na decodificação de um texto e na busca de seu sentido. Quanto mais informação nova, menos capacidade de estabelecer um sentido o leitor terá, como se vê em informatividade. Saber se há intertextualidade num texto ou não proporciona maior entendimento e conseqüentemente mais chances de entender um texto. A relação entre coesão e coerência é necessária que seja feita de forma adequada. Nos elementos da superfície do texto, a coesão conecta diferentes partes de um texto, sendo sintática e gramatical, e também semântica. A coesão auxilia na coerência, mas nem sempre um texto coeso é coerente. Pode haver