Linguas Africanas 1
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
LITERATURAS AFRICANAS I
Junho de 2013
Introdução
Boaventura Cardoso publicou o livro “Noites de Vigília” em 2012, 37 anos depois da independência de Angola.
A independência de Angola se deu em 11 de Novembro de 1975. Foi uma independência muito conturbada e violenta e só teve o reconhecimento de Portugal em fevereiro de 1976.
Boaventura Cardoso nasceu em Luanda em 26 de Julho de 1944, passou parte da infância em Malanje e depois retornou a Luanda, onde concluiu os estudos secundários.
Foi funcionário público, embaixador de Angola na República Francesa e atualmente é governador da província de Malanje, além de ser membro fundador da União dos Escritores Angolanos.
O livro fala sobre a independência do país africano, os movimentos de libertação, a tensão que havia em Luanda nos anos que antecederam a guerra, e o pós-guerra.
Esse trabalho tem como objetivo entender o papel do narrador no último romance de Cardoso, usando exemplos do próprio livro e, consequentemente, entender o narrador na literatura africana como um todo.
O narrador no romance “Noites de Vigília”, de Boaventura Cardoso
Na maioria dos romances africanos, o narrador sofre metamorfose no decorrer do livro. Essa é uma das características próprias da literatura africana, e difere bastante da literatura brasileira, apesar de literatura brasileira servir de exemplo para muitos autores africanos.
O livro “Noites de Vigília” tem uma construção narrativa muito peculiar, pois não se trata de uma narrativa íntegra, e sim de várias narrativas intercaladas, diversas narrativas secundárias dentro de uma narrativa principal (narrativas encaixadas).
O livro começa contando o encontro de Quinito e Saiundo, dois amigos de infância que se conheceram em Luanda, mas se