linguagens
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EDUCAÇÃO INFANTIL E CULTURA ESCRITA
Luiz Percival Leme Britto (Presidente da Associação de Leitura do Brasil (ALB); professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba (UNISO). E-mail: luis.britto@uniso.br.).
Este livro nasceu em um seminário de educação infantil intitulado Seminário Linguagens na Educação Infantil, realizado no 14° Congresso de Leitura do Brasil (COLE), cujo eixo tem sido a reflexão sobre as formas de ser e de atuar na sociedade de cultura escrita. Trata-se de um seminário particularmente relevante, não apenas porque traz à cena atores que ainda não "lêem", mas principalmente porque se apresenta numa perspectiva em que o cerne do debate não está em como ensinar as crianças da educação infantil a ler e a escrever, mas sim em buscar um modelo pedagógico em que a multiplicidade de linguagens e de formas de expressão subjetivas e sociais possa ter seu lugar reconhecido. Neste prefácio, disponho-me a, secundando a dinâmica que ali se propôs para o debate sobre a relação entre cultura escrita e educação, avançar argumentos
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na direção proposta pelo seminário. É tarefa difícil, em dois sentidos. Primeiramente, porque o senso comum produzido pela indústria da educação considera uma obviedade a alfabetização formal de crianças de 6, 5 ou 4 anos. Em segundo lugar, e principalmente, porque este não é meu campo de atuação, de modo que a contribuição que posso dar é, por assim dizer, bastante limitada comparativamente aos artigos que compõem este volume. Mas há em comum, e isto justifica tanto a existência do seminário no COLE como minha participação nesta publicação, a insubordinação aos modelos de educação acomodatícia ou adaptadora à lógica da