Linguagens indigenas
É de conhecimento geral que a cultura brasileira teve, em sua origem, influências tanto europeias, quanto africanas e indígenas, sendo que a última vem sendo, desde o começo da história do país, ignorada em todas as instâncias. E, mesmo com o passar do tempo, a chegada do século XXI não mudou o pensamento brasileiro de que sua cultura é única e monolíngue, tratando como irrelevante toda a cultura indígena: suas crenças, seus costumes, e suas mais de 100 línguas, que são o assunto abordado neste trabalho. Desde o seu descobrimento, em 1500, a linguagem tupi (mais precisamente a tupinambá, da família dos tupis-guaranis, no litoral) foi usada como linguagem geral da colônia, ao lado do português, sendo os padres jesuítas os responsáveis por esse quadro, já que estudaram e difundiram a língua. Porém, com fluxo de chegada de portugueses em terras tupis sendo cada vez mais significativo, e tendo como agravante a expulsão dos padres jesuítas, a língua portuguesa acabou por suplantar as línguas indígenas. Entretanto, não existe um único dialeto indígena, mas sim centenas. Estima-se que, na época do descobrimento havia cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes, sendo que dessas cerca de apenas 170 ainda são faladas, por 210 etnias. A perda de mais de 1000 dialetos se deve diversos motivos, como a morte de índios em decorrência de epidemias, escravização, falta de condições de vida e até mesmo a aculturação. Em sua classificação, falamos em karib, jê, tupi. O que quer dizer isso? Por causa da semelhança linguística e, às vezes, até gramatical, as línguas indígenas no Brasil são agrupadas por famílias que, por sua vez, se agrupam em troncos linguísticos. Mas encontra-se também línguas que não pertencem à nenhuma família ou tronco linguístico, e são chamadas “isoladas”. Essa enorme variedade linguística se deve à divisão de famílias e troncos linguísticos, que falavam uma mesma língua, em grupos, que se espalhavam por diversas