Linguagem
Olga Sodré se propõe a realizar uma síntese sobre a linguagem, o símbolo e o mito com o objetivo de servir ao avanço do estudo sobre a psicologia da religião. Ela se utiliza de seu estudo sobre a fenomenologia hermenêutica e suas contribuições para a psicologia e a compreensão da experiência religiosa, isso no contexto da mundialização e das sociedades pós-seculares (também chamadas de pós-modernas).
A partir da década de 60 a autora passou a acompanhar as mudanças no campo religioso, e então percebe-se que a mundialização teve uma influência direta “na diferenciação, multiplicação e pluralidade do ser, das relações e linguagens, assim como na dinâmica da identidade – alteridade.”, ou seja, o fator da mundialização mudou a forma de que as religiões se relacionam entre si e com a sociedade.
Sodré nos mostra que a mundialização não apenas propiciou uma religiosidade individualista e consumista, mas que nesse mesmo contexto houve um aprofundamento da experiência religiosa com enfoque na alteridade, ou seja, não em uma experiência religiosa individualista, mas baseada em experiências de relações interpessoais.
A autora vê a necessidade de se romper com a psicologia objetiva, que reduz a pesquisa a uma observação de fatos e comportamentos. Segundo Sodré esse modo de pesquisa reduz toda a dimensão espiritual e religiosa do ser humano, ignorando toda a experiência social do indivíduo.
Para auxiliar os seus estudos, Olga Sodré se utiliza dos estudos e obras de Paul Ricoeur, que traz uma abordagem diferenciada, não apenas enfatizando a experiência no campo religioso, mas também aborda sobre identidade e alteridade. Ricoeur traz uma nova visão de mito, criando assim concepção mais ampla da linguagem simbólica e da narração.
Para Ricoeur:
“...os antigos mitos deixaram de ser uma forma de explicação do mundo e não têm mais ligação com o contexto de nossa vida atual. Mostra que, no contato com o pensamento científico,