Linguagem e Ideologia: Poder e Opressão
A ideologia é a forma de que o homem se utiliza para compor o quadro de dominação de uma sociedade. Linguagem e ideologia se fundem de tal maneira que é aparentemente impossível dissociar uma da outra. É através da linguagem que a classe dominante impõe o seu domínio, elevando à categoria de superior e única seu modo de falar e de se expressar. Variações regionais ou formas de expressão que se restringem a uma determinada comunidade são tidas como erradas. A norma culta, confundida com língua padrão, representa um ideal de uma língua platônica, utópica dos normativistas. A luta entre as classes e a dominação de uma classe social sobre a outra são fatores próprios do ser humano, mas o respeito pela diversidade de classes foi posto de lado por nossa sociedade, e esse desrespeito atinge, invariavelmente, a língua falada por essa classe estigmatizada. Mesmo havendo o domínio, seria necessário haver o respeito e uma coexistência pacifica entre as diversas formas variáveis. A linguagem se torna instrumento de opressão social quando se une à ideologia normativista da Gramática Tradicional. Nos primórdios de sua existência, a GT apresentou uma profunda colaboração para a ciência da linguagem, mas acabou por se configurar como uma tentativa de estabelecer uma padronização através da língua utilizada pelos escritores clássicos. Aceitar a GT como se fosse única para estudos da língua é se recusar a aceitar todas as investigações, inovações cientificas e descobertas que se fizeram nos últimos dois mil anos. Os usos abusivos da GT vêm através de gramáticos normativistas, puristas e principalmente de pessoas sem formação linguística adequada, que se julgam aptos para julgar a língua de outrem baseados em concepções subjetivas e preconceituosas, originadas nas Gramáticas Normativas, responsáveis por ditar regras muitas vezes obsiletas ou fora de contexto. Muitos são os que consideram variedades linguísticas como