Linguagem corporal
Foi pela mão do meu filho que recentemente tive a oportunidade de ver o filme “WALLE”, da Disney/Pixar, que granjeou, em 2008, os maiores elogios da crítica cinematográfica mundial. Para minha surpresa, esta película acabou por revelar-se um hino à linguagem corporal e à sua importância no processo da comunicação. Efectivamente, o realizador Andrew Stanton conseguiu transmitir-nos o que Ralph Wando Emerson imortalizou: “Os olhos conversam tanto quanto as línguas que utilizamos, com a vantagem de que o dialecto ocular, embora não precise de dicionário, é entendido no mundo inteiro”.
Tornou-se evidente que, para que a mensagem que pretendemos enviar seja correctamente compreendida, é vital que cada um de nós seja coerente entre aquilo que está a dizer (comunicação verbal) e a linguagem corporal que está a transmitir. Se a contradição existir, será o impacto visual e/ou vocal da mensagem que será passado para o receptor. Como podemos mediar este “conflito”? Identificando e dominando a linguagem corporal, reconhecendo o seu contributo para a compreensão da mensagem. Assim sendo, proponho-me apresentar, sucintamente, o que, no meu ponto de vista, são os tipos de linguagem corporal mais marcantes e como interpretar os sinais da mesma na interacção entre emissor e receptor.
Está comprovado cientificamente, destacando-se os estudos do Professor Albert Meharbian da Universidade da Califórnia, que cerca de 93% da mensagem percepcionada pela receptor advém da linguagem não verbal, ou seja, apenas 7% é verbal (proveniente das palavras). Apesar da polémica relativamente á distribuição percentual, é aceite pela comunidade científica que o impacto da comunicação verbal é sempre mais forte do que a mensagem verbal proferida em simultâneo (Cabral, 2010: 2). Ou seja, sempre que exista incongruências entre a comunicação verbal e comportamentos não verbais, o nosso destinatário “ouve” e discodifica os sinais não verbais entretanto emitidos.
Considerando o