Guerra fria
A GUERRA FRIA: 1945 - 19871
Rodrigo Fernandes More2
I - INTRODUÇÃO. Com o fim da II Grande Guerra, emergiam do teatro de batalhas duas grandes potências bélicas: os Estados Unidos da América (EUA), cuja economia fundava-se no capitalismo e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), um Estados formado por diversas repúblicas reunidas pela força centralizadora do stalinismo, cuja base econômica socialista foi imposta pela a Revolução bolchevique de 1917, que derrubou o último dos imperadores czaristas, da família Romanov. As palavras-chave na guerra fria eram a “ameaça nuclear”: havia um temor constante, alimentado pela instabilidade da relações entre as duas superpotências, de que a qualquer momento num simples apertar de botões estaria a humanidade face a face com o armagedom, com a completa destruição da vida pelas armas nucleares, cujo potencial destrutivo fora testado e apresentado ao mundo em agosto de 1945 sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. A ameaça nuclear de destruição da humanidade, enfim os instrumentos de equilíbrio de força para a guerra fria, a guerra de ameaças que duraria até 1986 e 1987 com as Conferências de Reykjavik e Conferência de Washington, respectivamente, tiveram seu ponto de partida com as explosões nucleares sobre o Japão. O domínio da energia nuclear e da técnicas para produção de armamentos nucleares passou a significar um importante elemento de geopolítica dos Estados, especialmente entre as duas superpotências. À corrida nuclear associou-se a corrida armamentista e um época de graves conflitos armados nos Estados do “terceiro mundo”, os “filhos pobres” do capitalismo de primeiro mundo e contraponto dos países socialistas do segundo mundo, ao lado de outros Estados denominados não-alinhados, aos quais cumpriria interessante papel na condução das resoluções na Assembléia Geral da então recém-criada Organização das Nações Unidas.