Lingua Portuguesa no Dominio da Romania
As línguas não evoluem sozinhas; elas coexistem com outras línguas, sobrepõem-se à outras quando invadem uma nova região ou são elas próprias invadidas; por vezes quase apagam os vestígios de outras línguas ou são elas próprias esquecidas. Estes diversos graus de convivência entre línguas pode passar a ter vocabulário novo e tendências evolutivas. No primeiro caso, o que obviamente acontece é a adoção de palavras estrangeiras, que são devidamente adaptadas à língua; no segundo, surgem ou acentuam-se tendências evolutivas a nível fonético e morfo-sintático.
As línguas se modificam por entrarem em contato umas com as outras. Esse fenômeno é facilmente observável, basta observar os estrangeirismos e empréstimos linguísticos em português oriundos de outras línguas. Assim, de acordo com o tipo de relação existente entre as línguas, surgem os substratos, superestratos e adstratos. Por exemplo; ao chegar à Península Ibérica, os romanos impuseram sua língua, o latim, aos povos dominados. Desse modo, a língua dos romanos dominou toda a região, favorecendo o superestrato latino do português. No entanto, quando os árabes invadiram a península séculos depois, sua língua não dominou a língua que lá existia (que já era um latim diferenciado), mas causou uma pequena influência - eis de onde surgiu o substrato árabe de nossa língua, ou seja, quando uma comunidade linguística aprende outra lingua e esta se modifica por influencia da primeira. O substrato é mais fácil de determinar e mais indiscutível no plano lexical que no fonológico ou morfo-sintático, ou seja, mais fácil de identificar no plano lexical. Atualmente, o português sofre influência de várias línguas sem que haja uma relação de dominação. Tais línguas contribuem para ampliar o nosso léxico, são os adstratos