Ensaio sobre o livro “Nordestino: Uma invenção do falo Uma historia do gênero masculino”
Artefatos, Gênero e Consumo - Tópicos Especiais em Design Tecnologia e Cultura
Docente: Kátia Araújo
Alunos: Aléa Andrade
Ensaio: Nordestino: Uma invenção do falo: Uma historia do gênero masculino.
Quanto mais debruça-se sobre temas relacionados a gênero, mais se vê como este está salvaguardado por itens preconceituosos e misóginos. A historia sempre relata as modificações do universo masculino como as mais importantes, esquecendo que muitas vezes, as mudanças mais significativas podem acontecer no universo dos excluídos, onde neles estão presentes com certeza o personagem mulher.
O livro de Durval começa nos mostrando como mudanças na estrutura do Brasil, do fim do século XIX até meados dos anos 20 do século passado, passando de monarquia a república, podem ser visto como um fator de feminização de uma sociedade. Para os intelectuais daquele período e de períodos seguintes, um Brasil república nada mais era do que um país feminino, um país onde escravos libertos e mulheres começavam a exigir seus direitos numa sociedade completamente masculina. Estas modificações eram descritas por Freyre como um declínio daquilo que ele chamava de patriarcalismo, uma sociedade onde o homem era o senhor dominante, macho, pai, e que não tinha sua autoridade revogada ou contestada nunca. A república, entrava neste contexto, como alguém que interferia nas ordens deste ser patriarcal, impondo ideias de direitos sociais que vinham se desenvolvendo na Europa, pós Primeira Guerra Mundial. Imaginar uma sociedade onde negros libertos, pobres e mulheres detinham direitos era uma afronta para setores sociais recém saídos da escravidão.
Neste contexto, a raça negra tem sempre seu papel relacionada ao feminino, pois esta durante muito tempo foi subjugada pelo senhor de engenho, seu dono, branco, que vem representar a imagem do homem superior. Para aumentar ainda mais este desconforto referente as mudanças