Limites e desafios da evolução da gestão em segurança pública
Os novos modelos de gestão pública não substituíram os antigos, e princípios, que em tese seriam antagônicos, conseguem conviver e sobreviver sem muita dificuldade.
A gestão pública do Estado oligárquico e patrimonial no Brasil era profundamente marcada pelo fato de os critérios de tomada de decisão e escolha não serem racional-legais e pelo fortalecimento contínuo de um complexo sistema de agregados e clientes em torno dos gestores públicos, sustentados pelo Estado, confundindo o patrimônio público com o estatal.
Visando racionalizar a administração pública, estabelecer limites e responsabilidades de cada profissional, atribuir caráter de continuidade à administração pública e erradicar os princípios patrimoniais de poder, a gestão burocrática foi estruturada a partir da aplicação dos seguintes princípios no âmbito da das organizações públicas.
A reforma burocrática brasileira, iniciada em 1936, teve vida curta, pois a industrialização logo começou a ser substituída pela sociedade pós-industrial do conhecimento e dos serviços e, assim, a reforma burocrática foi atropelada pela reforma gerencial, trazida pelo fenômeno da globalização e da democratização dos regimes de governo. Em 1963, quando João Goulart era presidente, surgiram os primeiros estudos visando tornar a administração pública mais eficiente.
A subestimação do conteúdo político da administração pública constitui a maior crítica que pode ser feita ao modelo gerencial puro. A gestão pública era vista como uma tecnologia politicamente neutra destinada a modificar o funcionamento e a cultura do setor público e chegava-se a propor que não existia diferença conceitual entre a administração pública e a privada. O amadurecimento do gerencialismo puro teve como consequência o início da valorização da efetividade, entendida como o grau em que a ação pública teve o impacto ou o resultado proposto sobre o problema abordado.
Nesse contexto, o