A história da religião protestante
Sérgio Bradanini
Revisão: Francisco Cézar Fernandes Alves
Origem e significado do termo
O uso do termo "protestante" pode indicar, numa primeira e superficial interpretação, os cristãos que se separaram da Igreja de Roma. Se, por um lado, isso pode sugerir uma conotação negativa, por outro, há todo um embasamento histórico que não pode ser desconsiderado.
Assim, "protestante" deriva de um fato histórico, isto é, da grande manifestação feita por alguns Estados e príncipes alemães, em 1529, em protesto contra decisões de caráter religioso, mas de motivação também política.
O termo ainda foi utilizado em referência aos movimentos reformadores que se seguiram. No entanto, procurando evitar a acentuação crítica contra a Igreja de Roma, muitos preferem empregar o termo "evangélico", certamente menos polêmico e que lembra uma das características positivas de todo o movimento reformador: a volta à mensagem evangélica original.
Muitas Igrejas surgidas desse movimento também se denominaram "Igrejas reformadas", evocando o propósito de uma permanente disponibilidade à conversão e à renovação.
Um pouco de história
O surgimento da Reforma protestante foi e continua sendo considerado um dos mais importantes acontecimentos da história, pois suas conseqüências, ainda hoje, permanecem vivas em nível religioso, político, econômico e cultural. Para entender esse fenômeno, devemos enquadrá-lo no contexto da época e, sobretudo, evidenciar as causas que o determinaram.
Antes de mais nada, é necessário limpar o terreno da interpretação preconcebida, muito difundida no passado entre protestantes e católicos e que ainda encontra seguidores nas obras de divulgação e nos meios de comunicação social e esclarecer que a causa da Reforma protestante não foram apenas os abusos e desordens tão comuns na Igreja de então, sobretudo na cúria romana. O próprio Lutero desmente tal causa: " A vida é má entre nós como entre os