Liderança
O MITO DA MOTIVAÇÃO - Luis J. Monteverde
Consultor de Empresas com especialização em Gestão de Mudança Organizacional
A motivação constitui uma das preocupações dos empresários e dos gestores desde que Elton Mayo se deu conta da existência da Organização Informal dentro das empresas. Tal significava que a produtividade não decorria apenas da qualidade técnica e da eficiência dos processos, mas também da atitude das pessoas em relação às tarefas que lhes eram solicitadas. Tratava-se, então, de motivar as pessoas.
A tradição
Daí pensar-se que o melhor estímulo que se podia oferecer aos recursos humanos na empresa era um bom sistema salarial. Porém, nunca nenhuma pesquisa pôde demonstrar que as condições materiais de trabalho tivessem uma correlação significativa com a produtividade.
Descobrir motivações
Segundo Gooch e McDowell, “a motivação é uma força que se encontra no interior de cada pessoa” e nenhuma “pessoa pode jamais motivar outra”. Konrad Lorenz, prémio Nobel da medicina explica que, na conduta motivacional, o indivíduo parte de um estado de carência que tenta suprir, o que o leva à busca do factor de satisfação que o irá atender. Deste modo, satisfeita essa necessidade, outra vem à tona. Ou seja, toda a motivação é, sempre e só, interior ao indivíduo, que pode ou não encontrar no meio exterior as condições para a sua satisfação. E, quando esta ocorre, aquela motivação cessa, sendo substituída por outra ainda não satisfeita.
A consequência desta leitura da motivação é que as empresas não podem motivar os seus colaboradores, apenas podem descobrir-lhes as motivações e proporcionar-lhes condições para a sua satisfação. Nova questão surge entretanto: como fazer com que os indivíduos acreditem que as condições que lhes são proporcionadas permitem a satisfação das suas carências?
O comportamento motivacional não é uniforme: mesmo que as carências dos seres