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A política energética é regida pelos prazos longos, mas como projetar cenários com décadas de antecedência? Os "choques do petróleo" de 1973 e 1979 abriram as comportas para as profecias apocalípticas. Os elevados preços alcançados pelo barril em 1979 e as tenebrosas profecias daqueles anos estimularam os investimentos em prospecção e extração, que acarretaram descobertas de vastas reservas, aumento da produção e queda nos preços.
O pânico provocado pelo mito do fim do petróleo também estimulou investimentos na produção de energia a partir do gás natural, de usinas nucleares e hídricas. Entre 1973 e 1998, o suprimento energético global cresceu quase 60%, mas a participação do petróleo experimentou significativa redução.
O reinado do petróleo foi abalado, mas não destruído. Na verdade, em termos absolutos, o consumo global de petróleo aumentou 25% no período.
O "choque ambiental"
As cidades industriais inglesas do século XIX, movidas pelo carvão mineral, tornaram-se tristemente famosas pela poluição atmosférica. Na antiga União Soviética e nos países do leste europeu que recebiam sob a sua influência, as usinas térmicas e os fornos siderúrgicos a carvão deixaram uma herança ambiental vergonhosa. O reinado do combustível sólido é ainda mais poluente que o do combustível líquido.
A crítica ambiental ao carvão e ao petróleo difundiu-se na década de 1970, como parte da pregação mais ampla sobre a necessidade de preparar o advento de um mundo livre dos velhos combustíveis. Na época, muitas esperanças foram depositadas em fontes alternativas, como a energia nuclear, a eólica e a solar.
A energia nuclear decolou na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, saltando de uma geração de insignificantes 203 TWh em 1973 para apreciáveis 2.444 TWh em 1998. Contudo, os acidentes nas usinas de Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979, e de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, somaram-se à ausência de uma solução definitiva para o