Libras
Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 1060-1070
O ENSINO DE LIBRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A BRINCADEIRA COMO
FACILITADORA DO APRENDIZADO
LARA FERREIRA DOS SANTOS1
Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
Introdução
Uma criança ouvinte é exposta, desde seu nascimento, à língua utilizada por sua família, ou seja, à língua oral. Dessa forma a criança tem a oportunidade de adquirir uma língua natural, de fácil acesso e que permitirá a comunicação entre os membros da família e diversas experiências no ambiente doméstico (DIZEU e CAPORALI, 2005). Assim, após alguns anos, a criança terá uma língua efetiva e sua linguagem plenamente constituída. Porém, quando pensamos em crianças surdas, de que forma se dá o processo de aquisição de língua?
Fernandes (2006) afirma que para os surdos, os quais, em sua maioria, nascem em famílias ouvintes, as vivências em uma língua efetiva são mínimas, pois eles crescem em um ambiente de pessoas falantes de uma língua sem significação para eles. As interações são limitadas a poucos gestos criados pelas famílias, reduzindo significativamente sua aprendizagem e as trocas com o meio social em que vivem, já que a criança somente se comunicará com as pessoas de convivência mais próxima e que tenham acesso a essa comunicação. O conhecimento sobre o mundo dar-se-á, portanto, por meio de experiências visuais que não são mediadas por uma língua, e não há identificação da pessoa surda com o grupo ao qual pertencem. Portanto, dependendo de como o grupo social concebe e age diante da criança surda, certas conseqüências sérias poderão se desdobrar, trazendo obstáculos para sua imersão no funcionamento da linguagem e para sua formação pessoal, de modo mais amplo.
(GURGEL, 2004).
A língua de sinais, ou Língua Brasileira de Sinais – Libras, embora reconhecida por lei
(BRASIL, 2002) e cujo ensino é garantido a partir da educação