Libras
CURITIBA
2014
1- A ortofonista, responsável pelo aprendizado da comunicação (método Borel-Maisonny), “reensinou” a mãe de Emanuelle a se comunicar com a filha mesmo com suas condições especiais. Ela mostrava à mulher que era possível ter uma relação com a menina e fazê-la rir, pois, apesar da surdez, ela continuava a viver como antes.
2- A relação da garota com a mãe era muito diferente de sua relação com o pai, pois na relação mãe-filha elas tinham signos só delas, comunicavam-se por meio de gestos e criaram uma linguagem “umbilical”. Já o pai, chegava tarde em casa e entendia quase nada do que a filha tentava, ao seu jeito, dizer. O pai sofria com essa exclusão da vida de Emanuelle.
3- Emanuelle encarava o silêncio como ausência de luz, e não de som, como nós, ouvintes. A escuridão a apavorava. Tinha sensações por meio de imagens, criava relações entre as cores e os sons que imaginava. Portanto, quando havia luz, ela sentia como se pudesse controlar tudo, assim como a sua ausência a deixava completamente desnorteada e amedrontada.
4- Apesar de ter aprendido a viver em seu mundinho particular, Emanuelle enfrentava algumas dificuldades por não ter língua. Não podia exprimir seus medos e angústias para seus pais; reuniões familiares entediavam-na, era difícil para a garota quando havia outras pessoas por perto, porque, de certa forma, ela perdia a comunicação com a mãe. A garota também sofria por não poder se relacionar com o pai. Ela conta que gostaria de ter “falado” com ele, sabido coisas sobre ele.
5- O texto, principalmente por ser narrado por uma garota surda, fez com que eu entendesse um pouco melhor a vida das pessoas que se encontram nessa situação e o que se passa em suas cabeças. A leitura foi muito importante pra mim e despertou ainda mais a minha vontade de estudar Libras.